Tutti fruti. Tinha gosto de tutti fruti. Ou chiclete. Como queiram. E o cheiro? Ah, o cheiro adocicado que saia de sua boca e vinha perambular no meu olfato surge como a primavera. A primavera é tutti fruti! É arco-íris. E arco-íris é tutti fruti. Tutti fruti é infância. E na infância tudo é bom e está bem.
Adolescência. Pré é cereja. Cereja lembra tutti fruti. Cereja lembra pirulito. Não brinco mais de fazer bolas e estourar e ficar com a cara melecada. Agora eu chupo. Agora eu tiro o doce da boca e só recoloco se tiver vontade. Se não tiver jogo fora. Ou guardo na geladeira. É sempre bom ter um pirulito na geladeira. De conserva. Aumenta o ego. Durante a crise identitária é menta, hortelã. Arde. Refresca. Arde. Refresca. Cereja? Perdeu a graça! Agora é causar arrepios. Calafrios.
Pós. Adulto. Adultério. A menta tem seus encantos. A pimenta tem suas verdades. Queima! A cereja é esquecida. O tutti fruti tenta ser resgatado. Inutilmente. Vem. Sai. Entra. Fora! A pimenta se humaniza. Os sonhos são esquecidos. Meus sonhos são imortais. Os sonhos do tutti fruti, da cereja, da menta e da pimenta querem flutuar. Doces, amargos querem me resgatar. Meus sonhos morrem nas asas da borboleta de seda azul que eu queria me tornar.
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2 Degustações:
como sempre lindo...seus textos me encantam sempre.
continue escrevendo, vc vai longe, menina ou poderia dizer, minha pimenta...kkkkkkkkkkkkkkkk!
Bonito! As fases, os apetites, os sonhos...
Não deixe de escrever. Nada vale a sua ausência por aqui. Nem os aperreios da vida, nem as pressões de nossa UFRPE.
Um abraço!
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